Fábio Mazzitelli

Como será o comportamento da torcida corintiana? Essa pergunta está norteando os preparativos para a volta de Wanderley Luxemburgo a um estádio de futebol como técnico, hoje, comandando o Corinthians contra o Fluminense, no Pacaembu.

Após um período de mais de quatro meses de exílio forçado, o treinador volta a se expor garantindo estar preparado para xingamentos e hostilizações das arquibancadas. Luxemburgo, que já admitiu sonegar impostos, passou os últimos meses defendendo-se judicialmente e tentando driblar acusações de adulteração de documentos, evasão de dívidas e intermediação na venda de jogadores para o exterior.

"Estou doido para que chegue amanhã (hoje) e eu possa voltar a trabalhar" diz o técnico, ansioso.

A preocupação em relação ao contato de Luxemburgo com o público existe desde a chegada do treinador ao Parque São Jorge, na última terça-feira, quando dirigentes do Timão só permitiram que torcedores acompanhassem o treino sem vaias ou xingamentos ao técnico.

Wanderley Luxemburgo não quis sequer adiantar onde vai assistir à partida. Na semana passada, o treinador se submeteu a uma cirurgia no tendão da perna direita e anda com a ajuda de muletas. Nos dois treinos que comandou no Parque São Jorge, orientou os jogadores por meio de um radiotransmissor, sentado na tribuna do estádio e mantendo distância do campo e, conseqüentemente, da torcida.

"De cima, você vê o jogo melhor, mas a informação chega com dificuldade para os jogadores. Ainda não decidi se vou ficar embaixo ou em cima" desconversa Luxemburgo, que vai passar mais três semanas sem poder pôr o pé no chão.