O que você faria se recebesse um salário de R$ 150 mil? Com a palavra, o atacante Gil, 20 anos, menor salário do elenco do Corinthians.
"Não faço nem idéia. Acho que, primeiro, eu guardaria um pouco. Depois, pensaria em dar uma vida melhor para os meus pais..."
Na metade do ano passado, Gil fechou o primeiro contrato nos profissionais do Corinthians por menos de R$ 5 mil mensais, números bem distantes daqueles oferecidos, e recusados, por Edmundo.
"Casos como o do Edmundo e de outros jogadores de Seleção, que já jogaram no exterior, estão em outro mundo. Não no meu. Está fora de cogitação para mim" afirma Gil, que marcou quatro gols na temporada passada, a primeira entre os profissionais corintianos.
"O que busco é uma chance no time titular. Meu sonho é me firmar na equipe e aparecer mais. Só aí vou pensar em salários mais altos" completa.
Gil é um dos três atacantes levados pelo técnico Darío Pereyra para a pré-temporada em Atibaia (os outros são Luizão e Fernando Baiano). Embora seja solteiro, sem filhos, dívidas ou algo do gênero, o jogador praticamente não vê a cor do dinheiro que recebe do Timão.
"Meu pai e minha mãe são separados e ajudo os dois. Quase todo o salário vai para eles" revela Gil, filho de um caminhoneiro que vive em São Paulo e de uma dona-de-casa que mora em Andradina.
"Estou no Corinthians, no meio de jogadores que ganham bem e tenho que saber lidar com isso".