São Jorge, o santo guerreiro, é o padroeiro do Corinthians, referência para muitos torcedores em tempos difíceis. No caso do técnico Darío Pereyra, esse papel não é preenchido por um santo específico, mas simbolizado por um objeto que carrega no pescoço desde os tempos de jogador: uma pequena corrente de ouro com um crucifixo, que deu forças para o treinador comandar a quebra do jejum de quatro meses sem vitória do Timão.
"Desde quando cheguei ao Brasil, em 77, uso esse crucifixo. E sempre o beijo quando necessário' revela o técnico uruguaio.
Flagrado rezando e beijando o amuleto pelas câmeras de TV durante a partida contra o Flamengo, anteontem, Darío confessou que o objeto exerce uma certa influência mística em seu trabalho.
"Rezo em todos os jogos. Quando está difícil então..." diz, em tom de brincadeira.
Quando o assunto é a crença em Deus, entretanto, o religioso treinador corintiano passa longe de atos profanos.
"Ando com a Bíblia e creio em Deus, que sempre atende quem ele pode e aquelas pessoas que trabalham" acredita.
Para o técnico, além da fé, o trabalho é o principal fator que ajudou na quebra do jejum de quatro meses sem vitória.
"Nos três jogos que fizemos, o time foi bem e mereceu ganhar. Contra o Flamengo, uma equipe de qualidade, o Corinthians venceu e convenceu. Isso me deixou alegre e tranqüilo porque estamos no caminho certo. Agora, é trabalhar para melhorar cada vez mais".
Nos dois primeiros jogos, para Darío, faltou tranqüilidade. Tanto contra Botafogo, pelo Rio-São Paulo, quanto contra Rio Branco, pelo Paulista, o Timão chegou a estar vencendo por dois gols de diferença e cedeu o empate.
"Faltava a equipe jogar com sabedoria. No subconsciente, a pressão por uma vitória acabava atrapalhando os jogadores".
"Mas a confiança total só vai voltar com mais vitórias. É isso que vamos buscar" afirma Darío, com o inseparável amuleto no peito, claro.