O técnico uruguaio Dario Pereyra chegou ao Corinthians com muita disposição e promete acabar rapidamente com um problema, que está atormentando a Fiel Torcida: o jejum de 13 jogos sem vitórias. São 12 derrotas e um empate. “Vamos quebrar isso logo de cara. Vamos com tudo acabar de uma vez logo no primeiro jogo. Quero começar do zero”. O novo comandante corintiano garante que a garra e a raça, que sempre foram características predominantes em sua carreira como quarto-zagueiro, na década de 80, não vão faltar no time em 2001. Veja a seguir o que pensa o novo treinador.
Gazeta Esportiva:Qual a sua expectativa em dirigir um time de
massa?
Dario Pereyra: Este é o maior desafio da minha carreira. É uma
grande honra
e satisfação ser o escolhido. Fico feliz poder trabalhar num grande clube,
com uma grande torcida e um elenco qualificado.
GE:O que pode ser feito para tirar o time dessa situação difícil
em que se
encontra?
DP:O que vale é a personalidade e eu tenho suficiente para
dirigir o
Corinthians. Além do mais, os jogadores não desaprenderam de jogar futebol,
já que o mesmo elenco conquistou o Mundial.
Mas muitos torcedores ainda o consideram pouco maduro para assumir esse
cargo...
Não concordo. Tenho 25 anos de futebol vividos nos vestiários e em campo e quatro como técnico. Se tivesse 20 anos como treinador, iriam falar que eu estava ultrapassado. Tudo depende do nível intelectual da pessoa. O Oswaldo de Oliveira tem pouco tempo de trabalho e mostrou que tem condições. Ele já conquistou vários títulos.
GE:Qual vai ser o seu método de trabalho?
DP:Sou uma pessoa muito clara, exijo muita disciplina e
respeito. Quero que meu
time jogue com muita garra e determinação, que sempre corra atrás do
resultado. O jogador no Corinthians vai ter de se matar em campo. Os
jogadores têm de ter a responsabilidade e saber que estão jogando num grande
clube, que paga tudo em dia. Tem de colocar o coração na ponta da chuteira.
GE:Como vai ser o estilo de jogo que você pretende adotar?
futebol-arte?
DP:Não dá mais para jogar bonito. Tem que ter raça, pegada. Na
Copa de 82, o
Brasil perdeu jogando bonito. O futebol brasileiro só voltou a vencer em 94,
quando mudou seu estilo. Os títulos da Libertadores dos times brasileiros
também comprovam isso,
GE:O que você pode prometer de diferente para a torcida para o
ano que vem?
DP:No ano que vem o trabalho vai começar zerado. Temos que
esquecer o passado,
o que aconteceu de errado e começar tudo de novo. Tenho a certeza de que,
com o apoio da diretoria e também dos jogadores, vamos fazer um grande
trabalho e tentar conquistar títulos.
GE:Você já trabalhou com vários jogadores, medalhões e jovens.
Qual é o perfil
que mais lhe agrada?
DP:Já trabalhei com os dois perfis. No São Paulo, quando
comecei,
estavam
dispensando alguns jogadores. Eram jovens, que se esforçaram muito e
disputaram as finais do Campeonato Paulista e a Supercopa. No Atlético-MG
trabalhei com consagrados, que foram evoluindo no decorrer do campeonato e
foram vice-campeões brasileiros em 99.
GE:O que fazer para acabar com um jejum de vitórias, que a
equipe
não conquista
desde 24 de setembro quando venceu a Ponte Preta por 1 a 0 ?
DP:Temos de trabalhar direito, nos esforçar ao máximo para
conquistar
a
vitória. Vamos quebrar isso logo de cara. Vamos com tudo acabar de uma vez
logo no primeiro jogo. Se não der, vai no segundo.
GE:Como o senhor analisa a nova filosofia, onde o técnico só vai
trabalhar em
campo?
DP:Acho perfeitamente natural. Vou trabalhar no campo e terei
total autonomia.