Fábio Mazzitelli
você, corintiano apostólico romano, não espere, em 2001, muitas caras novas no time que terminou a temporada-2000 acumulando fracassos. Por conta da Lei Pelé, que prevê o fim do passe para 26 de março do próximo ano, o ritmo de contratações ditado pelos dirigentes do Corinthians é lento. Para melhor entender, quase parando.
"Por isso estou trabalhando com o que tenho agora. A partir de janeiro, a gente começa a montar o time-base e a maioria dos jogadores que estão treinando agora devem ir para a pré-temporada" diz o técnico Darío Pereyra, já conformado em iniciar 2001 com o atual elenco.
O ritmo de reuniões, pelo menos, é alucinante. Hoje, os dirigentes do Flamengo chegam ao Parque São Jorge para tentar a contratação do lateral-esquerdo André Luís. Ontem, a diretoria do Timão esteve reunida em São Paulo com o presidente do Guarani, José Luiz Lourencetti. Em pauta, uma negociação que envolve o zagueiro Edu Dracena e o volante Otacílio, ambos cotados a R$ 4 milhões pelo Bugre, que quer Fernando Baiano por empréstimo.
Cotado a US$ 3 milhões, o meio-campista Ramon, do Atlético-MG, também está na berlinda. O problema, lógico, é o preço do agonizante, moribundo passe.
"Está duro... Com o fim da lei do passe, a idéia de comprar um jogador para revendê-lo depois não vai existir mais. Essa receita proveniente de venda de jogador tende a desaparecer" explica o vice-presidente de futebol do Corinthians, Antonio Roque Citadini.
"O retorno, a partir do fim do passe, vai ser só o que o jogador fizer pelo clube" afirma o dirigente.
Embora acompanhe de perto as propostas de alterações na Lei Pelé, o Corinthians planeja a próxima temporada com os pés no chão.
"Há uma expectativa que o final do passe seja prorrogado por mais seis meses, mas não podemos ser surpreendidos em março se a lei entrar em vigor" diz Citadini.
No dia-a-dia, os reflexos da cautela corintiana já são sentidos. Até o zagueiro argentino Avalos, que inicialmente estava fora dos planos, anda esbanjando otimismo.
"Pelo que conversei, vou ficar".