Após a histórica conquista do Campeonato Paulista de 1954, o Corinthians amargou 23 anos sem um título sequer. Somente em 1977, com a sofrida vitória sobre a Ponte Preta na final do Paulistão, a equipe do Parque São Jorge se livrou do incômodo jejum de conquistas. Mas foi curiosamente neste período sem títulos que a torcida corintiana ganhou corpo e consolidou sua identidade de "fiel torcida".
Segundo a pesquisa LANCE!/Ibope realizada em 1998, existem cerca de 16 milhões de corintianos em todo o Brasil. Os alvinegros representam 15,9% dos torcedores do país e 10,8% da população brasileira.
– Durante os anos de fila, houve um fenômeno. A torcida do Corinthians cresceu. A cada campeonato, a expectativa era diferente, crescia – relembra Dentinho, presidente da Gaviões da Fiel, torcida organizada corintiana, que nasceu em 1969.
Em 1976, o Corinthians, então há 22 anos sem vencer um campeonato, disputou a semifinal do Brasileiro contra o Fluminense, no Maracanã. O fanatismo da torcida corintiana foi botado à prova, e a massa alvinegra não se intimidou com a distância entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Os corintianos dividiram o Maracanã com a torcida local e viram sua equipe se classificar para a final do Campeonato Brasileiro.
– Foi o coroamento da fidelidade da torcida com o time. Nunca se registrou um deslocamento deste número de torcedores. Foram quase 80 mil pessoas – relata Dentinho.
É por essas e outras que Sócrates, ídolo corintiano nos anos 80, responde quando questionado por que jogar no Corinthians é especial:
– Jogar no Corinthians é diferente porque a torcida do Corinthians é diferente, em todos os sentidos.