A derrota para o Atlético-PR por 3 a 2 em pleno Pacaembu, na noite desta quinta-feira, teve um gosto especialmente amargo para o técnico Oswaldo Alvarez. Inconformada com o resultado, a própria torcida corintiana deixou o estádio chamando o treinador de burro. Apesar dos bons momentos que o time teve na partida, a situação do time na Copa João Havelange acabou se complicando, e pode sobrar também para Vadão se o Corinthians não reagir imediatamente na competição.
Confirmando uma previsão do técnico Oswaldo Alvarez, o Atlético-PR adotou uma proposta tática defensiva e mostrou competência naquilo que se propôs a fazer. Jogando no 4-5-1, o time paranaense conseguiu literalmente parar o Corinthians no meio de campo sem jogar necessariamente na retranca. Bem distribuídos entre as duas intermediárias, os cinco jogadores destacados pelo técnico interino Vica de Carli para marcar o Corinthians conseguiam, com raro sincronismo, pender para a direita ou para a direita com a mesma facilidade com que saiam da defesa para o ataque.
Prova maior de que o time paranaense conseguiu travar o adversário foram as poucas chances de gol criadas pelo Corinthians. A não ser duas cobranças de falta - uma por Marcelinho, outra por Ricardinho - que o goleiro Flávio defendeu, o time de Vadão só chegou com perigo uma vez em jogada efetivamente trabalhada. Numa escapada solitária de Kléber, pela esquerda, a bola sobrou para Müler após o rebote do goleiro Flávio, mas o atacante, atrapalhado pelo zagueiro Marcelo, acabou chutando para fora.
Muito mais por mérito do Atlético-PR do que por incompetência do Corinthians, Müller, Ricardinho e Marcelinho jogaram praticamente todo o primeiro tempo sem espaços. Pelas laterais, Rogério e Kléber enfrentaram o mesma mesma dificuldade, o que acabou determinando ao torcedor corintiano e ao próprio time uma sensação se impotência ao final dos primeiros 45 minutos.
Para complicar ainda mais os planos corintianos, no segundo tempo o time paulista acabou sendo surpreendido por dois contra-ataques mortais do time paranaense e em menos de 10 minutos já perdia por 2 a 0. Kélly fez o primeiro aos 8, após uma boa trama com o lateral Luisinho Neto. E Marcos Vinícius marcou o segundo um minuto depois, aproveitando uma bola roubada do volante Djair, numa saída da defesa para o ataque mal-sucedida.
Por sorte do Corinthians, a resposta da equipe foi mais rápida do que a pressão da torcida. Numa jogada bem ao seu estilo, Müller fez uma belíssima assistência a Marcelinho Carioca, que apareceu pela esquerda e só precisou acertar o chute cruzado para diminuir a agonia dos corintianos.
Embalado pela perspectiva do empate, o Corinthians continuou crescendo no jogo. As chances de gol foram se repetindo até que, aos 18 minutos, Marcelinho Carioca resolveu o problema. Numa jogada individual, ele tirou Luisinho Neto da jogada e bateu cruzado. No meio do caminho a bola desviou em Marcos Vinicius e enganou o goleiro Flávio: 2 a 2.
Daí até o final o jogo ficou dramático. Mesmo sabendo que poderia ser surpreendido a qualquer momento por um contra-ataque, o Corinthians continuou atacando até o apito final do árbitro. Pagou caro por isso: num contra-ataque rápido, aos 40 minutos, Kléber enterrou todas as pretensões de vitória do adversário.