A paciência da diretoria do Corinthians com o pífio desempenho da equipe na Copa João Havelange terminou. Para os dirigentes, uma reação, a partir deste domingo, contra o Vitória, no Morumbi, passou a ser obrigação.
Em meio à maior crise dentro de campo após a conquista do Mundial de Clubes, em janeiro, a situação do técnico Oswaldo Alvarez na visão dos diretores mudou após o anúncio da contratação de Rogério, ex-Palmeiras.
O time vem de quatro derrotas consecutivas -três na Copa JH e uma na Mercosul-, soma dez pontos em nove jogos (37% de aproveitamento) e, hoje, está fora da zona de classificação.
"Não passa pela nossa cabeça a hipótese de ficarmos fora da segunda fase. O (técnico) Oswaldo Alvarez nos pediu reforços, nós estamos dando. A partir de agora, se os resultados não vierem, a pressão recairá sobre ele. A diretoria já fez sua parte", afirmou Carlos "Nei" Nujud, diretor de futebol corintiano.
Em 15º lugar, o atual bicampeão brasileiros precisaria estar entre os 12 primeiros para garantir vaga na próxima etapa da Copa JH.
Nujud ampara seu discurso nos seis reforços que trouxe para a equipe no segundo semestre.
Antes de Rogério, o Corinthians já havia anunciado a contratação de André Luiz, Pereira, Muller, Djair e Scheidt.
Apesar de a diretoria exigir reação imediata, Alvarez ainda não poderá contar com todos os reforços. Apenas André Luiz e Pereira têm condições legais e físicas de enfrentar o Vitória.
Djair e Muller, que já estão treinando, devem estrear com a camisa corintiana no próximo fim-de-semana, contra o Coritiba.
Rogério, que se apresenta neste domingo, e Scheidt, que ainda está na Escócia, dependem de avaliação física para terem a data de suas estréias definidas.
Sem as novas opções, Alvarez manterá o mesmo time que foi derrotado pelo Atlético-MG por 3 a 1, na quinta, no Mineirão.
"Sei que vou ser cobrado a partir de agora. Antes, não tinha um elenco de qualidade. Depois da chegada do Rogério, todas as lacunas estão preenchidas. Estou satisfeito com os reforços e sei que a má fase vai passar. O importante é que todos estão imbuídos da necessidade de vencer no domingo. Três pontos mudam tudo na tabela", afirmou o técnico.
O técnico poderá contar com o meia-atacante Marcelinho, que sentiu dores na partida contra o Atlético-MG, mas foi liberado pelos médicos. No meio, Alvarez manterá a formação com dois volantes -Rodrigo Pontes e Pereira- e dois armadores -Marcelinho e Ricardinho.
Sobre sua campanha à frente da equipe, o treinador corintiano admite que poderia ter obtido melhores resultados. "Minha participação até agora é fraca, sei disso. Mas tenho certeza de que, com o time completo, as coisas vão mudar", completou o treinador, que acumula no Corinthians três vitórias, um empate e nove derrotas.
Alvarez não quis opinar sobre a discussão do atacante Fernando com o zagueiro Fábio Luciano.
Fernando culpou a zaga pelas últimas derrotas. "Os atletas já resolveram o caso, está tudo certo", limitou-se a dizer o treinador.
O lateral André Luiz foi mais incisivo. "Ele foi infeliz e admitiu isso. Se tivesse esperado dez segundos, não teria reclamado via imprensa. Mas isso já foi superado."