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Criatura devora o criador
Fonte: Lancenet

José Antonio Gonzalez

A vida ensina que o discípulo às vezes supera o mestre. E parece que o conhecimento passado por Oswaldo Alvarez ao jogadores do Atlético-PR, durante o ano passado, foram fundamentais para que o Corinthians, atual time de Vadão, fosse derrotado, ontem, por 3 a 2, pela Copa João Havelange.

O jogo do Pacaembu poderia ser dividido em duas partes completamente diferentes: o primeiro tempo feio, com poucas chances de gol e alguns lances violentos; já o segundo, emocionante, com jogadas rápidas e muitos gols.

Antes do apito inicial, vários jogadores atleticanos - os discípulos - foram cumprimentar o técnico Oswaldo Alvarez - o mestre. Até por esse respeito mútuo, os primeiros 45 minutos foram equilibrados. Com cinco jogadores no meio-campo, o Atlético dominava o setor e era auxiliado pela ineficiência de Djair e Ricardinho, que erravam muitos passes.

Com o domínio das ações, os atleticanos chegavam com mais perigo ao ataque, mas erravam nas conclusões. As poucas chegadas corintianas se resumiram a duas cobranças de falta na entrada da área.

Mas quem pensava que o jogo continuaria travado na etapa final teve uma bela surpresa já no reinício da partida. E o susto foi ainda maior para os torcedores alvinegros, que viram, boquiabertos, duas arrancadas paranaenses se transformarem em gols: Kelly fez o primeiro e Kléber, logo depois, o segundo.

Só que o jogo era ideal para derrubar os espectadores mais desatentos. Quando a vitória atleticana parecia clara, Marcelinho resolveu reanimar o time paulista. Com um passe maravilhoso de Müller e uma ajuda de Marcus Vinícius, que fez contra, o Pé-de-Anjo empatou o placar e voltou a marcar após 120 dias em branco em partidas oficiais - Marcelinho tinha balançado as redes apenas no amistoso contra o São Caetano, antes do campeonato.

A partir daí, o domínio mudou de lado. Müller e Marcelinho, juntos com Fernando Baiano, colocavam a defesa paranaense em apuros. Mas o futebol apronta surpresas e Kléber marcou mais uma vez, no final do jogo, e deu a vitória ao Atlético.

A torcida do Corinthians não resistiu: o alvo das críticas foi Vadão, o criador que foi engolido pela criatura, agora com pernas próprias.