Com um desempenho que levou o Corinthians ao apogeu de sua melhor fase histórica, se superando a cada partida, vencer não é mais a maior preocupação do técnico Oswaldo de Oliveira. Ele acredita que, a partir deste momento, tem que preparar o time -e a si próprio- para uma eventual derrota.
"Espero que essa fase não acabe nunca, mas no futebol você ganha e perde. Uma dia vamos ter que perder, e é preciso estar preparado para isso", disse o treinador no vestiário, após a goleada de 4 a 2 sobre a Ponte Preta, ontem (sábado, no estádio do Canindé.
Foi a sexta vitória consecutiva do Corinthians no Campeonato Paulista 2000. Com a melhor performance em uma fase inicial do torneio em sua história -o time já conquistou, no total, 23 títulos estaduais-, a equipe do Parque São Jorge já marcou 24 gols.
"É lógico que tudo isso seria motivo de euforia, mas temos de pensar sob uma outra ótica, de que tudo isso já passou.", disse Oliveira.
"Temos de deixar para a torcida comemorar. Nossa preocupação é em procurar evoluir tecnicamente, sem achar que somos o máximo. Daí a necessidade de trabalharmos os jogadores com a possibilidade de derrota", completou o técnico.
Oliveira citou como exemplo de problema que a fase positiva pode trazer citando a queda de desempenho do time no primeiro tempo da partida do sábado.
O Corinthians vencia por 2 a 0 e acabou cedendo o empate. Só virou o placar no segundo tempo. "No intervalo, tive de reforçar alguns pontos, mostrando aos jogadores que ele haviam relaxado. Fico satisfeito em ver que o time está receptivo a isso, tanto que conseguiu a reação no segundo tempo", afirmou ele.
Segundo Oliveira, a Ponte Preta foi o adversário mais difícil que o Corinthians enfrentou até agora no Campeonato Paulista. O time campineiro está mostrando irregularidade, mas vem de bom retrospecto no Campeonato Brasileiro 1999.
O técnico corintiano disse que a ampliação do rodízio de jogadores, como pediram alguns, a exemplo do que começou a ser feito com a zaga, só deve ocorrer se o time vencer o América do México na próxima quarta-feira, pela Libertadores.
O pedido foi feito em razão da maratona de jogos do time. Incluindo a partida de ontem, contra a Ponte, serão oito, no total, em menos de um mês.
No primeiro rodízio, Adílson foi substituído por João Carlos. Na Libertadores, deve retornar a dupla formada por Adílson e Fábio Luciano.
Além da preocupação com a "obrigatoriedade de vencer por goleada", em razão da cobrança da torcida, Oswaldo de Oliveira se mostrou inquieto em relação à arbitragem do Paulista.
"Em três jogos, consecutivamente, tivemos pênaltis não marcados. Contra a Lusa (vitória corintiana de 4 a 2), foram dois. Contra o Araçatuba (vitória de 3 a 0), outro. Contra a Ponte Preta, tivemos outros dois lances duvidosos", reclamou.
"Em pelo menos um deles, em que um jogador adversário colocou a mão na bola na área, deveria ter sido dado pênalti", disse, mostrando indignação.
Os jogadores do Corinthians vão se reapresentar nesta segunda-feira de manhã, após terem ganhado folga no domingo, para iniciar os preparativos para o jogo da próxima quarta.