O meia Marcelinho, do Corinthians, resolveu adotar novas táticas para derrotar os equatorianos da Liga Deportiva Universitaria. Sabendo que as cobranças de faltas sempre foram um dos seus grandes trunfos para fazer gols, o camisa 7 garante que tem a fórmula do sucesso. "Treinei diferente para bater na bola. Aqui e em outras cidades altas, não adianta chutar com efeito que não funciona", garante o Pé-de-Anjo.
Na opinião de Marcelinho, as cobranças de faltas podem acabar enganando os adversários. "Isso vai ser uma arma para tentar surpreendê-los".
O meia corintiano vai mais além. Ele prevê que a partida pode ser decidida nesse tipo de jogada. "Acho que esse jogo vai ser decidido em bola parada porque na altitude a bola fica mais rápida", disse Marcelinho. No caminho certo — Paulo Roberto Flores, físico do Departamento do Laboratório de Demonstração do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), garante que o Pé-de-Anjo não está falando nenhuma besteira.
"Em países com baixa altitude a trajetória da bola depende de vários fatores, como a ação do vento, porque há muitas correntes e a densidade do ar é maior", explicou. "Em países onde a altitude é elevada, há menor corrente de vento, e a bola pega menos efeito porque enfrenta menos resistência do ar", disse o físico. "Por isso, a trajetória que a bola toma é mais reta e suave", acrescentou. "Com pouco gás na atmosfera, o efeito da ação da resistência do ar é menor".
Segundo o físico, "em altitudes elevadas, a resistência que o ar oferece ao movimento da bola é menor do que em baixas altitudes, devido à densidade da atmosfera".