Mario Henrique
Como é possível armar um time competitivo para disputar partidas em três dias seguidos, em cidades diferentes? Essa é a atual aflição do técnico do Corinthians, Oswaldo de Oliveira, que se prepara para iniciar a maratona de jogos pela Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Paulista.
O Timão enfrenta o Rosário, dia 9, na Argentina, Inter-RS ou Botafogo-RJ, dia 10, na casa do adversário, e recebe o Rio Branco, dia 11.
"Eu não consigo jogar três dias seguidos" esbraveja o atacante Luizão. "Não sei como o pessoal do vôlei e do basquete consegue". O artilheiro da Libertadores, com sete gols, acredita que o treinador deverá lançar mão de um time de reservas para o jogo de quarta-feira.
"Eu espero que a diretoria faça alguma coisa até a semana dos jogos, até porque há o aspecto legal de que os atletas não poderiam atuar em dois jogos em menos de 48 horas" sustenta Oswaldo. Segundo ele, o tempo e o desgaste provocado pelas viagens agrava a situação.
"Todo mundo sabe que o calendário precisa mudar; não somos máquinas" reclama Marcelinho. "Se precisar, jogo três dias seguidos, mas sem o mesmo rendimento".
O zagueiro Adilson, que viveu uma maratona de jogos em 1995 e 96, quando atuava no Grêmio e disputou perto de cem partidas em um ano, dá a receita para agüentar o excesso de partidas: "Ser jovem, estar bem fisicamente, sem lesões e com a cabeça boa. Estádios cheios também ajudam".
O jovem lateral Kléber parece concordar. Ele é um dos poucos no clube que mostra disposição para jogar terça, quarta e quinta. "Eu estou pronto. Tenho apenas 20 anos e estou aqui para isso mesmo".