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De alma lavada
Fonte: Lancenet

Marcelinho passou do inferno ao céu em noventa minutos. A atuação de gala na vitória do Corinthians sobre o Palmeiras por 2 a 1, ontem, no Morumbi, lavou a alma do jogador, muito criticado nos últimos dias, e afundou o arqui-rival numa crise que pode causar a demissão do técnico Marco Aurélio a qualquer momento.

Na estréia de Luxemburgo, contra o Flu, quinta-feira, Marcelinho foi expulso no segundo minuto de jogo, fato fundamental para a eliminação alvinegra do Torneiro Rio-São Paulo. Mas o técnico, que pediu uma punição administrativa ao jogador, não revelada, não abriu mão do futebol do craque no clássico.

"O Corinthians não pode ser punido duas vezes" dizia Luxemburgo, ao explicar os motivos pelos quais não deixaria o meia fora.

E o Timão foi premiado pela presença de Marcelinho. Dos pés dele saíram as bolas dos dois gols alvinegros. Mas o clássico foi equilibrado.

O técnico Marco Aurélio mudou mais uma vez o time titular do Palmeiras e promoveu o retorno de Basílio. O rápido atacante foi bem, apesar da falta de ritmo, e conseguiu se entender muito bem com o meia Alex, mais aceso do que nas últimas partidas. Já Luxemburgo manteve os mesmos titulares do empate contra o Fluminense, mas com um Marcelinho muito inspirado.

Os palmeirenses, protestando com as faixas penduradas ao contrário, e os corintianos, em maior número no estádio, viram um primeiro tempo cheio de alternativas.

Luizão mostrou oportunismo ao empurrar a bola para o gol, depois do toque de cabeça de João Carlos em escanteio cobrado por Marcelinho. Durante a comemoração, o Pé-de-Anjo não correu ao encontro dos companheiros e permaneceu junto à bandeirinha de escanteio, rezando em silêncio. Nem o golaço de Basílio, que empatou o jogo, estragou a festa alvinegra.

No intervalo, impedido de descer aos vestiários por causa das muletas, o técnico corintiano passou as instruções ao jogadores no banco de reservas. E o segundo tempo alvinegro foi arrasador.

O zagueiro Scheidt marcou o gol da vitória logo no início da etapa final, de cabeça, após cruzamento de Marcelinho. E as rezas e os passes abençoados do meia deram lugar a lances endiabrados nos acréscimos.

Com o Palmeiras completamente abatido, sem chance de recuperação, Marcelinho tocou a bola ao coro de olé da torcida corintiana e até se deu ao luxo de parar com a bola dominada no meio-campo.

Quando os árbitros apitaram o final do jogo, a massa retribuiu a atuação do craque com muitos gritos. O Pé-de-Anjo não conteve a emoção e desabou em lágrimas. A tarde tinha sido inesquecível.