O meia-atacante Marcelinho, do Corinthians, que foi expulso na partida contra o Fluminense pelo Torneio Rio-São Paulo, na quinta-feira, irá receber uma nova chance do técnico Wanderley Luxemburgo.

Nesta sexta, antes do treino no Parque São Jorge, o jogador, que é desafeto de Luxemburgo, desde 1998, quando aconteceu a primeira passagem do treinador pelo clube, voltou a pedir desculpas ao técnico e ao grupo pelo seu ato de indisciplina.

"Pedi desculpas ao grupo e ao Wanderley. Acabei atrapalhando a estréia dele, que poderia ter sido vitoriosa", lamentou Marcelinho.

Ele recebeu o cartão vermelho por ter dado uma cabeçada em Jorginho, do Fluminense, aos 2min do primeiro tempo. O empate em 1 a 1 provocou a eliminação do Corinthians do Torneio Rio-São Paulo.

Segundo Luxemburgo, o fato de a sua equipe jogar com um atleta a menos, desde o início, foi determinante para o resultado.

Mesmo arrependido, o jogador deve ser punido pela diretoria do clube com multa de 10% de seu salário. "Todo erro tem uma consequência. Se houver punição, irei acatar", afirmou.

Marcelinho, que será titular da equipe contra o Palmeiras, domingo, no Morumbi, admitiu que não consegue deixar de ser um jogador temperamental. "Foi um momento de infantilidade, mas, às vezes, não consigo controlar o meu temperamento", disse o atleta.

Segundo ele, sua relação com o treinador não ficou abalada após a expulsão. "Preciso de ajuda para melhorar. Tive apoio de todos aqui, inclusive, do próprio Luxemburgo, o que me surpreendeu", comentou.

Luxemburgo confirmou que irá apoiar o jogador, mas também irá cobrá-lo. "Eu disse a ele que ele será prestigiado desde que não volte a cometer mais um equívoco desses", disse o treinador, confirmando Marcelinho como titular da equipe no clássico.

O treinador justificou a sua decisão afirmando que o Corinthians seria punido, caso ele fosse afastado da equipe. Antes de conversar com o jogador, ele disse aos jornalistas que puniria Marcelinho, sem informar exatamente qual seria o castigo dado a ele.

Apesar de Marcelinho ter sido perdoado pelo time, a expulsão dele não foi "engolida" por todos os jogadores.

O centroavante Luizão, um dos líderes da equipe, ficou revoltado com o companheiro. Contrariado com o que aconteceu, o atacante deixou o Pacaembu sem falar com ninguém.

Segundo o preparador físico Antônio Mello, antes da partida contra o Fluminense, Luxemburgo pediu aos jogadores espírito de luta e, principalmente, para que ninguém fosse expulso. "Mas isso é passado, o Marcelinho já se redimiu do erro", disse Mello.

Se a ordem no Parque São Jorge agora é esquecer o "assunto" Marcelinho, a provável contratação do colombiano Rincón permanece na berlinda.

Nesta sexta, o vice-presidente de futebol do clube, Antonio Roque Citadini, deveria ter se reunido com o procurador do jogador em São Paulo para fazer o acerto. O encontro, porém, foi adiado porque o dirigente estava participando de um congresso no Rio de Janeiro e não conseguiu retornar a tempo.

A reunião deve ser realizada neste sábado e as chances do volante colombiano chegar a um acerto com o clube são grandes, segundo o próprio Citadini. O atacante Paulo Nunes, que se contundiu na partida contra o Fluminense, foi liberado pelo Departamento Médico e deve ser confirmado como titular para enfrentar o Palmeiras.