Os cinco quase não dormiram nessa noite. Cada qual traçava seu plano de argumentação para sustentar a idéia. Assim, às 20h30m do dia 1 de setembro de 1910, à luz do lampião de gás que iluminava a rua José Paulino, treze pessoas sacramentaram a fundação do Sport Corinthians Paulista. A homenagem ao Corinthian inglês, ganhou um s no nome e derrotou o palpite de alguns fundadores que lançaram sugestões de nomes como Santos Dumont ou Carlos Gomes.
A primeira Diretoria ficou constituída da seguinte forma: Miguel Bataglia (presidente); Salvador Lapomo e Alexandre Magnuni (vice-presidentes); Antônio Alves Nunes (secretário); João da Silva (tesoureiro) e Carlos Silva (procurador geral).
O local onde se confirmou a fundação do Corinthians, foi a residência do Sr. Miguel Bataglia; mas onde o clube foi sonhado e que deve ser considerado seu berço foi o salão de barbeiro de Salvador Bataglia, irmão de Miguel, e que existia à rua Júlio Conceição, esquina da rua dos Italianos. As reuniões continuavam sendo no salão de barbeiro de Salvador, mas ficou pequeno e a sede foi transferida para a confeitaria de Antônio Desidério, na rua dos Imigrantes, nr. 34, esquina com a rua Cônego Martins. No dia 10 de setembro, o Corinthians fez seu primeiro jogo da história. Foi contra o União da Lapa, considerado o bicho-papão da várzea paulistana. O Corinthians perdeu por 1 a 0. A equipe jogou assim: Valente, Perrone e Atílio; Lepre, Alfredo e Police; João da Silva, Jorge Campbell, Luiz Fabi, César Nunes e Joaquim Ambrósio. O dia da realizaçã o desse jogo, provocou uma certa confusão quanto à fundação do clube, mus ficou mesmo registrado o dia 1° de setembro de 1910 como data oficial de fundação do Corinthians.
Duas partidas, ambas com o Palestra, marcaram a inauguração do primeiro campo oficial do Corinthians, na Ponte Grande, construído no terreno arrendado da Prefeitura. Ficava ao lado da Associação Atlética das Palmeiras, na Floresta. Empatou a primeira, e perdeu a segunda. A inauguração aconteceu no dia 17 de março de 1917. Mais de 10 mil pessoas estavam presentes, torcendo pelo Corinthians, que já possuía a fama de clube operário.
Local: Pacaembú; árbitro: Esteban Marino. Os gols foram marcados por Luisinho para o Corinthians aos 10 do primeiro tempo, e Nei empatou aos cinco minutos do segundo tempo.
As equipes assim atuaram: Corinthians Gilmar, Homero e Alan; Idário, Goiano e Roberto; Cláudio, Luisinho, Baltazar, Rafael e Simão. Técnico: Osvaldo Brandão. O Palmeiras - Laércio, Manuelito e Cação; Nilo, Valdemar Fiume e Dema; Liminha, Humberto, Nei, Jair da Rosa Pinto e Rodrigues. Técnico: Aimoré Moreira.
Após essa conquista, o Corinthians amargurou 22 anos de tila, até que no dia 13 de outubro de 1977, outra vez com Osvaldo Brandão como técnico, o Timão quebrou o tabu, voltando a ser o Campeão Paulista.
Foram três jogos na decisão com o Ponte Preta de Campinas. Ganhou o primeiro [1 a 0j e o terceiro (1 a 0) e perdeu o segundo (2 a 1). No último jogo, o gol milagroso foi marcado aos 36 minutos do segundo tempo por Basílio que recebeu da torcida o apelido de Pé de Anjo. O Corinthians jogou com: Tobias, Zé Maria, Moisés, Ademir Gonçalves e Vladimir; Russo, Luciano e Basílio; Vaguinho, Geraldão e Romeu. A Ponte contou com Carlos, Jair Picemi, Oscar, Poloi e Ângelo; Vanderlei, Marco Aurélio e Dicá; Lúcio, Rui Rei e Tuta (Parraga). Técnico: Zé Duarte. Arbitro: Dulcídio Vanderlei Boschilia. Renda: CR$ 3.325.470,00 (moeda da época). Público pagante: 86.677. Expulsões: Rui Rei, Oscar e Geraldão.
A
terceira e maior conquista até o momento do Corinthians, foi o
título de Campeão Brasileiro, inédito no clube. A
decisão aconteceu no dia 1 6 de dezembro de 1990, no Morumbi. O
Corinthians venceu o São Paulo por 1 a 0, gol marcado por
Tupazinho, aos 8 minutos do segundo tempo.
As equipes foram:
Corinthians: Ronaldo, Giba, Marcelo, Guinei e Jacenir; Márcio,
Wilson Mano, Tupazinho e Mauro (Dinei); Fabinho e Neto (Ezequiel).
Técnico: Nelsinho Batista.
São Paulo: Zetti. Cafu,
Antônio Carlos, Ivan e Leonardo; Bernardo, Flávio e
Raí (Marcelo Conte); Mário Tilico (Zé Teodoro) e
Eliel. Técnico: Telê Santana; Juiz: Edmundo Lima Filho;
renda: CR$ 106.347.700,00 (moeda da época); público: 100.858
pagantes; expulsos: Bernardo e Wilson Mano.
O título foi dos mais justos para o Corinthians, que disputou 38 jogos, ganhando 16, empatando 14 e perdendo oito. Teve, portanto, um aproveitamento de 54,38%. O time marcou 58 gols e sofreu 39. No inicio do Campeonato Paulista, a equipe foi dirigida por Mário Sérgio, em nove jogos. Ganhou três, empatou cinco e perdeu um. Eduardo Amorim assumiu o cargo na décima partida. Com ele, o Corinthians venceu 13 vezes, empatou nove e perdeu sete.
Há uma justificativa para que a campanha do Corinthians tivesse pouco brilho. Afinal, a equipe disputou duas campanhas paralelas, mas conseguiu ganhar os dois títulos: a Copa do Brasil e o Campeonato Paulista. Marcelinho Carioca foi o grande artilheiro do Corinthians no Paulistão, ao marcar 14 dos 58 gols do time. Ele foi fator de desequilíbrio e fez os gols mais importantes do Corinthians. Nos dois jogos finais, contra o Palmeiras, ele marcou dois gols. Marcelinho Carioca cresceu de produção, depois que a equipe passou a ser dirigida por Eduardo Amorim. Com Mário Sérgio, o ponta-direita jogava recuado e também tinha função de marcar. Mas com o novo treinador, Marcelinho Carioca atuou novamente dentro de suas características, tendo liberdade para atacar e criar jogadas. Com isso, desequilibrou os jogos e comandou o Corinthians na inédita conquista paulista, tornando-se o maior ídolo da fiel torcida.
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